Arco - Íris (Verde)

Senti a cabeça pulsando de levinho bem lá no fundo da garganta. Senti você forçando o quadril ainda mais contra mim. Senti quando suas mãos apertaram mais forte meu cabelo por um instante, antes de me soltar por completo. Recuei por reflexo, recuperando o ar e tossindo um pouco, mas antes mesmo de abrir os olhos você já me puxou de novo. Bem do jeito que eu gosto.
Abriu as pernas e praticamente montou sobre a minha cabeça, fodendo minha boca, minha saliva escorrendo pelo queixo, deixando cada vez mais melado, a cada estocada que minha garganta sentia. Me travou mais um pouco, sacudiu minha cabeça, o olhar no meu, me amando e me achando imunda ao mesmo tempo. Soltou de novo.
Olhei pro espelho ao meu lado, agarrei aquele caralho e esfreguei inteiro na cara, até as bolas, fazendo de mim mesma a vadia mais suja possível. Você passou a palma da mão na minha testa, pegou minha franja, me fez olhar pra cima de novo.
E cuspiu na minha cara. Bem na bochecha esquerda, logo abaixo do olho. Olhei pro espelho outra vez, queria me ver passando a cabeça do seu pau inchado naquela baba bem devagar, e batendo com ela na minha língua, e enfiando ao máximo na boca de novo, querendo que ele fodesse mais. E você fez. Me engasgou naquele pau mais vezes do que eu poderia contar, antes de me fazer ficar de pé de novo, pelo cabelo, e me arrastar pro espelho.
Fez que eu me olhasse por alguns instantes, antes de me puxar pra cama, me atirou sobre os lençóis macios. Esfreguei o rosto neles pra me limpar, e percebendo que acabei caindo sobre o celular, rolei pro lado. A playlist tinha até acabado. Você estava do meu lado, em pé, bebendo uma cerveja que pegou do frigobar, o pau pertinho da minha boca. Fiquei mexendo no celular e mamando devagar, procurando nossa outra playlist. Me entregou a cerveja pela metade e ficou me fazendo cafuné com uma mão, a outra, cheia de significados, parada no meu pescoço, sentindo minha jugular. Virei a cabeça pra cerveja, bebi com o canto da boca, e voltei pro prato principal, ainda com um pouco do líquido gelado na boca. Sua mão no meu cabelo apertou um pouco quando seu corpo se retesou, e eu olhei pra cima, ao mesmo tempo em que apertava o play. O quarto foi preenchido por jazz.
Pegou na fivela do cinto em meu pescoço e sacudiu um pouco, me dando permissão pra tirar, enquanto tomava o celular e a cerveja das minhas mãos. Claro que dobrei o cinto e me abracei com ele, beijando a fivela. Sabia que isso me renderia carinho, e não me decepcionei. Fechei os olhos, só pra abri-los de novo assustada, porque você jogou a cerveja gelada em cima de mim.   Me apontou o meio da cama, enquanto colocava a garrafa e o celular sobre o criado mudo ao lado.
Me arrastei pra lá levando o cinto, mas no instante seguinte tudo que vi foi seu rosto acima do meu, tirando o cinto de mim, passando minhas mãos pelo seu pescoço. Desci arranhando as costas devagar, rindo porque você estava mordendo de leve minha orelha, descendo pros seios, procurando gotinhas perdidas de cerveja que ainda estivessem em mim. Me olhou de baixo pra cima, raspando a barba curta do queixo no meu seio direito:
-Delícia...
-Eu ou a cerveja?
Isso te fez subir de novo, e me atacar num beijo faminto, antes de passar a mão pela minha nuca e puxar meu cabelo pra trás, expondo ao máximo meu pescoço. Deu um chupão, de fazer marca, e outro no meu colo, e mais um em cada peito, antes de me virar de lado, sobre o braço esquerdo, e deitar atrás de mim. Passou o braço pela minha cintura, e me fez girar na cama até conseguir nos ver no espelho. Levantou minha perna direita no limite, passou o braço esquerdo ao meu redor, e segurou por trás do meu joelho. Com a outra mão, pegou o caralho pela base, e ficou passando a cabeça na minha buceta, me fazendo babar mais e mais. Tentei jogar o quadril pra trás, mas não adiantou. Só me restava pedir.
-Me fode...
Passou o queixo na minha orelha, puxou mais minha perna.
-Fala alto!
-Mete... Me fode! Fode a sua puta! ME FOOOO...
Não consegui terminar a frase porque você empurrou de uma vez. Ficou parado, eu respirando forte, vendo pelo espelho a sua mão fazendo carinho na minha coxa, mas via pelo espelho que não seria por muito tempo. Me encolhi toda quando te vi levantar a mão, te apertando dentro de mim.
O tapa veio. Forte como sempre é, como eu sempre gosto, me fez contrair ainda mais. Te ouvi ranger os dentes, e dei um beijo no seu braço que passava na minha frente. A sua mão direita substitui a esquerda na pegada da minha perna, deixando a esquerda livre. Você mostrou a palma pra mim, e eu soube na hora o que queria. Beijei-a algumas vezes, antes de colocá-la no meu pescoço.
Senti a pressão aumentar de leve, conforme você impunha seu ritmo, primeiro suave, e mais e mais forte. Senti seu quadril batendo na minha bunda, me fazendo relembrar cada tapa que já tomei hoje. Senti sua respiração na minha orelha se acelerando, enquanto que a minha ficava cada vez mais curta. Senti sua mão apertar mais, as minhas por reflexo tentando tirá-la de mim, mas você sabe que não é isso que quero, e simplesmente continuou apertando. Senti minha visão ficar turva, senti meu corpo esquentar, senti o sangue a flor da pele, senti cada vez mais falta de ar, me vi ao longe no espelho, tão aberta, tão puta, você indo tão fundo, minha visão embaçada, o jazz ficando cada vez mais distante...
Meu corpo ainda tremia. Você já tinha soltado minha perna, agora fazia massagem no meu pescoço. Minha visão voltou aos poucos. Nos vi pelo espelho, mas muito embaçado. Percebi que havia lacrimejado, e limpei os olhos. Pisquei algumas vezes. Consegui ler “Heineken” ao fundo, na garrafa verde.

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