Cintura – Pt.3

Sinto metal afiado me arranhando as costas. Muitas pontas. Vai descendo, me fazendo estremecer ao passar pela minha bunda marcada. Até que para. As mãos dele colocam aquilo ao redor da minha coxa, as pontas pressionando minha pele. Agora mais forte. E mais forte. Tremo, mas não dou um só pio, quero-o satisfeito comigo, preciso disso. Mas a dor tá crescendo, ele ainda tá apertando. Acabo suspirando baixo, torcendo pra ele não ouvir. Em vão, pois nada lhe escapa. Dá mais um puxão e trava, deixando aquilo na minha coxa esquerda, doendo, ardendo. Mais um tapa na bunda, me contraio involuntariamente, e descubro que isso aumenta a dor na coxa. Ele se afasta, percebo que foi para a mesa. Não, por favor, estou aqui amarrada, empinada, dominada, volta aqui, vem me usar!

Ouço sua reaproximação, junto com um estalo baixo que se repete. Adivinho que ele tá testando algum açoite na palma da mão. O couro vem passando pelo meu rosto, chegando na minha boca. É o chicote de jóquei. Esfrega, quer alguma coisa. Já sei! Dou um beijo conforme ele falou que devo sempre fazer, e quase que sinto sua aprovação. Fico tão feliz com isso que mal percebo a leve chicotada que ele me dá na bochecha. Percebo, isso sim, que ele se aproximou, tá bem atrás de mim, tão perto. Vem, vem, isso, entra todo!

Ele tá colado em mim, faz um cafuné tão suave...

O chicote entra em meu campo de visão. Ele coloca a haste na minha boca, me fazendo morder.

-Não deixe cair.

As duas mãos se ocupam do meu cabelo, fazendo uma trança. A pausa serve pra que eu avalie toda a situação. Estou nua, amarrada, com um completo desconhecido dentro de mim, segurando um chicote entre os dentes, com um seio doendo, a bunda ardendo e a coxa em brasa. E tudo que penso é no quanto quero ser fodida, no quanto preciso gozar.

Como que lendo minha mente louca, ele enrola meu cabelo, agora em trança, na mão, e começa a me comer com tudo. Estou em êxtase, abro a boca pra gemer, o chicote cai. Ele aumenta a velocidade enquanto fala ao meu ouvido, furioso:

-Você...está sendo...uma decepção...mas vai aprender...até o fim...da noite...te ponho na linha!

Da uma estocada mais forte. E outra. Mais uma. Respiro fundo, tá vindo, tá chegando.

Ele sai de mim e se afasta. Me retorço frustrada, quase chorosa, tava tão perto, mas eu não fiz por merecer, decepcionei meu senhor. “Deuses, olha como já penso nele, como senhor!” Foda-se, é isso que ele é pra mim agora. Meu senhor está dando a volta, chegou a minha frente, fica parado por um instante, percebi que ele quer que eu o veja, rijo, brilhante da minha umidade, poderia ainda estar aqui em mim se eu não fosse tão estúpida. Ele pega o chicote, mais uma vez o aproxima da minha boca. Quando vou beijar, ele retrai e me dá um golpe forte na face. Outra meia-volta ao meu redor, está atrás de mim agora. Passa pelos meus braços, primeiro o direito, depois o esquerdo. Minhas costas. Minha bunda. A tira de aço na minha coxa. Panturrilhas. Ele para.

-Você merece?

-S-sim

-Não ouvi

-Sim, eu mereço apanhar!

-Ainda bem que você sabe

Veio na minha nuca, gemi alto. O chicote recomeçou o passeio.

-Você merece?

-Sim, senhor!

Mais uma, agora atrás da coxa direita. Gemi mais alto.

-Você merece?

-Sim, senhor!

Outra, agora na coxa direita, bem em cima da tira. Essa doeu, ví estrelas. Berrei de dor.

-Você merece?

-Sim...senhor...

Na bunda, no lado que ainda não havia apanhado hoje, muito, muito forte. Cometi o mesmo erro de novo, contraí as pernas de dor, a coxa esquerda clamou por misericórdia. Ele se aproximou, abriu a tira, e tão logo percebeu um suspiro de alívio, reapertou, ainda mais do que antes. Falou novamente perto do meu ouvido:

-Você merece?

-Sim...senhor...

Um tapa, forte, sonoro, estralado, bem no meio das minhas costas, me fez berrar de um jeito que, tenho certeza, fui ouvido a uma quadra de distância. A mão espalmada desceu pela minha bunda, foi até lá, sentiu calor e umidade. Voltou, desatou a correia da minha cintura. Ele veio mais uma vez bem atrás de mim, e apontou, não para ali onde eu implorava e até “chorava” por ele. Não, a cabeça entumecida se apoiou mais acima, buscando outro caminho. A voz veio calma, suave:

-Você merece?

-Sim, senhor.

O chicote está de novo na minha boca. Mordo-o com firmeza. Meu dono vai forçando a entrada. Me concentro em não abrir a boca por nada.

E claro, nas mãos poderosas que estão aqui onde as quero a noite toda.

Na minha cintura.

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