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Mostrando postagens de janeiro, 2018

Onde quero estar

             Estamos entrando no quarto lado a lado, de mãos dadas. Uma vez aqui dentro, nos abraçamos, muito apertado, curtindo esse momento, NOSSO momento.  Seu perfume suave me inebria, e suas mãos macias estão em torno do meu pescoço, me dando arrepios, me fazendo pensar na sorte que tenho. Nos beijamos, as mãos percorrendo o corpo um do outro ainda por cima das roupas, sem pressa. Após tanta espera, finalmente estamos juntos, temos todo o tempo do mundo.  Vamos curtir cada segundo.           Minhas mãos entram por baixo de sua camisa branca, de crochê, levantando-a devagar, desfrutando a sensação da descoberta. Pele macia, delicada, faço o carinho mais suave que consigo com minhas mãos brutas.  Com um movimento de cabeça, você livra os cabelos negros como a noite da gola da camisa, e joga-a para o lado.  Se vira de costas pra mim, vejo seu corpo no espelho, e o seu olhar intenso encontra o meu. Tiro seu sutiã, minhas mãos percorrendo seus braços, e sem seguida voltam ao seu tronc

Sabor

Nessa noite de 24 de dezembro, pessoas no mundo todo trocam presentes. As poucas crianças que ainda acreditam em papai noel vão dormir ansiosas. As demais esperam pela meia-noite para abrir seus presentes, e demonstrar seu contentamento ao ganhar o algo tão esperado, ou, em sua sinceridade de criança, fazer um muxoxo de pouco caso. Os adultos por outro lado, presos as convenções da etiqueta e da boa educação irão trocar abraços e tapinhas nas costas, não importa quão ruins sejam os presentes que ganhem nos amigos secretos em que participam (e nos quais nem queriam entrar pra início de conversa). Numa noite de festa não poderia faltar a boa comida, que vai desde alguma ave assada até ao arroz com uva passas, essa que gera discussões familiares e guerras termonucleares, passando é claro pela maionese, o salpicão e tantas outras iguarias. É também uma noite de reencontros. Famílias e amigos que ficam distantes o ano inteiro se reúnem para beber juntos e contar histórias. Todos querem ir,

Cerveja

Quinta feira, 14 de dezembro. Você me convida para seu aniversário, que será comemorado no seu apartamento. Nunca fui lá, te peço as coordenadas e você me passa. Me alerta logo que o elevador não está funcionando e são quinze andares. Mas fazer o que, convite recebido, convite aceito. Eu deveria, mas não consigo te dizer não. Quando estou próximo, te aviso, e você pede pra eu te esperar na portaria. A galera fez uma vaquinha pra comprar bebida, e você mesma resolve que quer ir comprar. Vamos a pé mesmo, tem uma distribuidora perto, e fazemos a alegria do dono, voltando com os braços carregados. Fomos e voltamos conversando, animados, falar com você sempre é tão fácil. Chegamos, hora de começar a longa escalada. Um andar. Dois andares. Três andares. Vamos assim até o oitavo, que você chamou de “andar fantasma”. Tem esse nome porque não têm nenhum morador a quase um ano. Paramos um pouco pra tomar um fôlego, nos sentando nos degraus. Na sacola na minha mão, a cerveja tá tão gelada... Abr

Com força

Sexta-feira a noite. Você sai pra comprar comida, e eu fico em casa arrumando a mesa. Resolvo te provocar, e tiro toda a roupa, vestindo no lugar uma camisa grande sua, sem nada por baixo. Me lembro de uma vez que acordei antes de você, vesti sua camisa, e fui pra cozinha. Quando me viu, ficou louco e acabou me pegando na pia mesmo. Só de lembrar meus bicos já apontam pela camisa. E eu escuto o portão abrindo e o seu carro chegando. Fico perto da mesa, de costas pra sala. Você entra e me vê. Coloca a comida na mesa, e vem por trás de mim, as mãos na cintura, e cheira meu cabelo. Te sentir aqui já me deixa molhada. Você mordisca meu pescoço e pergunta simplesmente: -Vamos? - Ah não gato, não tô a fim agora, vamos só jantar, tá bem? Você me conhece bem demais, percebeu meu joguinho, percebeu a pegada que eu quero. Puxa meu cabelo pra trás com uma mão, e coloca a outra na minha garganta, sem apertar, mas com firmeza. -Você tá dizendo não pra mim? Sem esperar pela resposta, tira o cinto da

Aos seus pés

Fui te buscar no trabalho hoje gata, e você, pra me provocar, sentou no banco de trás, e colocou seu pezinho esquerdo, com as três estrelas tatuadas, em cima do freio de mão, bem perto do câmbio. Paro no sinal, e minha mão recua, preciso tocar nele, mas você puxa a perna pra trás. Te olho pelo retrovisor, e você ergue as sobrancelhas, revira os olhos e morde levemente a boca. E vem a buzina atrás de mim. O sinal abriu e eu aqui, parei o carro, o trânsito, e teria parado o próprio tempo pra ficar te olhando. Arranco o carro e vou tentando me focar no trânsito, enquanto Você estende a perna e fica apertando minha orelha entre os dedos, e depois passando na minha bochecha. Mais um sinal. Agora eu consegui segurar. Beijo as estrelas, uma a uma, a rosa, a roxa e a vermelha, mordisco o dedinho, e faço cócegas na sola. Você gargalha alto, e bem a tempo de eu voltar minha atenção ao trânsito e sair com o carro do sinal. Recolhe o pé mais uma vez, para meu desespero.        Me brinda com um olh

Agora

Todo dia a mesma coisa. Acordar, vir para a faculdade, ter aulas chatas, me estressar com o grupo do seminário, me preocupar com a próxima semana de provas. Ir para casa. No outro dia, de novo. E de novo. E de novo. Estou mortalmente entediada. Preciso de algo que quebre minha rotina, e tem que ser agora. Cinema? Parado demais. Um show? Talvez. Mas lá no fundo da minha mente, escondida até de mim mesma, está a resposta certa. Quero uma boa foda. Não, não tô a fim de passar por todo o processo de flertar, ir pro barzinho, conversar, e só então, talvez, ter um bom momento. Quero agora, aqui mesmo. Quero ir para um banheiro, ou para uma sala deserta, já cheia de expectativa. Quero chegar lá e me atracar com ele em beijos famintos enquanto nossas mãos exploram o corpo um do outro. Eu segurando a cabeça dele, lhe arranhando a nuca. Ele me apertando contra si com uma mão, enquanto a outra puxa minha coxa. Quero explorar o pescoço dele, com minha boca, com meus dentes, enquanto ele faz o mesm

Desejo

Estamos juntas a algumas semanas apenas, mas sinto como se já fossem anos. Nossa conexão é forte, sempre sabemos o que a outra tá pensando apenas com um olhar ou gesto. Gostos semelhantes, e a melhor parte é que você é o contraponto perfeito ao meu temperamento. Sou muito impulsiva, agitada, enquanto você é calma, e sempre acaba me fazendo parar e pensar antes de fazer besteira. Mas nem sempre você consegue me frear, e acaba se deixando levar pela pimentinha aqui, conforme aconteceu na última sexta-feira. Cinco e vinte da tarde. Céu aberto, mas com nuvens esparsas. Daqui a pouco começa o show de luzes, que terei o prazer de ver junto contigo hoje. Você acabou de chegar, cabelos soltos ao vento, vestido acinturado. Simples. Sua beleza não precisa de auxílio. Quando nos vemos, você sorri pra mim, o brilho do olhar competindo com o do próprio sol. Nos damos as mãos, e subimos a rampa, até o lugar ideal. O rio ao nosso lado corre, caudaloso. O vento faz nossos vestidos e cabelos se agitare

Agora não

       A noite foi maravilhosa. A luz do dia entra pela janela, iluminando nossos corpos e nos fazendo acordar. Estamos inteiramente nus. Trocamos um olhar e um sorriso de bom dia, e nos levantamos. Ainda arrastando os pés de preguiça, vestimos uma roupa qualquer e vamos ao banheiro lavar o rosto. Inicia-se assim nosso sábado. Ela se posta ao meu lado, fazendo gestos tão familiares. Como por exemplo, a forma como ajeita o cabelo atrás das orelhas antes de jogar água no rosto. Como ela sempre passa primeiro a mão direita, e depois a esquerda. Como ficam pequenas gotículas penduradas em seus cílios, cintilando à luz do sol. Nosso olhar se encontra por um momento, e ambos sabemos o que queremos, mas, agora não.  Trocamos um beijo de bom dia ali mesmo, no banheiro, e eu olho por sobre o ombro dela para o vidro do box, que tantas vezes teve que suportar nossa empolgação, como naquela vez que a imprensei com força contra o vidro, e travei as mãos em sua cintura, enquanto mordia levemente se

Momentos

Tento recuperar o fôlego no carro abafado. Estendo a mão e limpo o embaçado dos vidros. Você, com seu sorriso cativante, me diz que sou louca. O mesmo sorriso que me deu poucos minutos atrás, e que me fez vir com você para esse carro. Meia hora atrás, depois das mensagens trocadas, dos olhares, dos sorrisos de canto de boca, você me sorriu e com um aceno me indicou para segui-lo. Óbvio, eu já sabia o que deveria acontecer, e a mera perspectiva me fez umidecer enquanto andava apressada pelo terreno mal iluminado da universidade. Você apertou o passo, virou numa esquina e desapareceu de vista. Quando te ví de novo, estava encostado no carro, os braços cruzados, e sorria pra mim. Nesse jogo, os dois jogam, e agora é minha vez. Me aproximei do carro, fiquei a três passos de você, e então me virei. Fiz menção de ir embora, e olhei para trás com o canto do olho. Você rapidamente veio até mim, me virou bruscamente, puxou meus cabelos para trás, me fazendo olhar o céu sem estrelas: -Nem pense

Menina má

Quero muito fazer algo por você. Será que eu faço? Ainda estou marcada de ontem, foi tão bom... Você está ali deitado, dormindo. Tivemos uma noite intensa ontem, sequer nos lembramos de guardar o chicote, ele está caído ali no chão. Meus seios ainda ardem, e minha bunda também. Se eu fechar os olhos, quase posso sentir a pressão de seus dedos em meu pescoço. A lembrança me deixa excitada, não posso segurar, sei que serei punida, mas é por isso mesmo que quero fazer. Seguro seu membro mole em minhas mãos. Dou beijos suaves. Coloco em minha boca, e mexo a língua delicadamente. Você começa a crescer. Muito suavemente, massageio seu escroto, sentindo seu vigor ficando total. Você mexe uma perna, e eu olho pra cima, preocupada, mas você ainda está dormindo. Começo a sugar, bem babado, a língua esticada. Apoio as mãos em suas coxas, e vou subindo e descendo. E você acorda. Fica olhando pra mim, curtindo o que estou fazendo, curtindo a visão que você diz que gosta tanto, que são meus lábios t