Onde quero estar

            Estamos entrando no quarto lado a lado, de mãos dadas. Uma vez aqui dentro, nos abraçamos, muito apertado, curtindo esse momento, NOSSO momento.  Seu perfume suave me inebria, e suas mãos macias estão em torno do meu pescoço, me dando arrepios, me fazendo pensar na sorte que tenho. Nos beijamos, as mãos percorrendo o corpo um do outro ainda por cima das roupas, sem pressa. Após tanta espera, finalmente estamos juntos, temos todo o tempo do mundo.  Vamos curtir cada segundo.

          Minhas mãos entram por baixo de sua camisa branca, de crochê, levantando-a devagar, desfrutando a sensação da descoberta. Pele macia, delicada, faço o carinho mais suave que consigo com minhas mãos brutas.  Com um movimento de cabeça, você livra os cabelos negros como a noite da gola da camisa, e joga-a para o lado.  Se vira de costas pra mim, vejo seu corpo no espelho, e o seu olhar intenso encontra o meu. Tiro seu sutiã, minhas mãos percorrendo seus braços, e sem seguida voltam ao seu tronco. Sobem pela cintura, e chegam aos seios. Sinto-lhes a maciez, o calor, a respiração acelerada, o pulsar do coração. Colo meu peito em suas costas, quero que você sinta que estou assim também, eufórico.

Mordo sua orelha enquanto minhas mãos repousam em seus seios, mas não por muito tempo.  Você mesma guia minhas mãos por toda a sua barriga, até sua saia, enquanto sorri pra mim pelo espelho.

Cheiro seu cabelo, e deixo o tato me guiar.  Por baixo da saia, sinto sua calcinha. Coloco os dois polegares por dentro dela, bem na frente, e vou para os lados, me afastando de onde você me quer, até chegar às laterais do quadril. Mais uma mordida na orelha enquanto empurro sua roupa pra baixo. E você, como sempre provocante, rebola sob o pretexto de facilitar a queda da saia, pressionando seu corpo contra o meu, sentindo meu desejo. Se vira para mim, completamente nua, a face está ruborizada, tão meiga, como uma criança pega durante uma travessura. E sim, iremos fazer uma travessura, aqui e agora.

Você agora tira minha camisa, as unhas raspam minhas costelas durante o movimento. Reatamos o beijo enquanto você abre meu cinto, puxando-o com um movimento fluido. Segura-o na mão, dobrado, e passa pelo próprio corpo. Olho pra você, o cenho franzido, você quer mesmo conhecer esse meu lado logo de cara?

E não você não quer, não ainda. Joga o cinto para o lado, e após abrir o botão da minha calça, empurra-a para baixo. Estamos agora plenamente nus um para o outro, os corpos quentes, e a respiração acelerada. Nos abraçamos de novo, muito apertado, nos sentindo por inteiro, as respirações entrecortadas, as mãos inquietas. Você se separa de mim, e desfila pelo quarto, lentamente, a fraca luz reflete em sua pele tão branca, me fazendo pensar em uma estátua de marfim, de uma deusa grega. Me dando um olhar sapeca, se deita na cama, o cabelo espalhado, fazendo um lindo contraste com os lençóis. Se exibe pra mim, massageando os seios com ambas as mãos, e esfregando as coxas uma na outra. Até que a boca se mexe, sem que a voz saia, dizendo simplesmente: vem!

Me deito ao seu lado, te puxo pra mim. Uma das mãos mais uma vez em seus seios, alternando entre eles, a outra em sua nuca, fazendo um suave cafuné em seu cabelo. Você me puxa, me fazendo deitar sobre seu corpo. Te sentir debaixo de mim me faz delirar, te beijo e te mordo com fome, e você corresponde na mesma intensidade. Desço pelo seu colo, beijando seus seios, lambendo, saboreando. Me detenho no bico do seio direito, minha língua lentamente brincando com ele, e no seio esquerdo eu simplesmente repouso minha mão, sentindo seu coração abaixo dele. Suas mãos delicadas apertam minha cabeça contra seu corpo, e minha língua se torna mais ágil, arrancando suspiros mais altos. Aperto levemente o seio esquerdo, e vou descendo, te beijando toda, as mãos acompanhando o contorno do seu corpo. Você agoniada, me empurra pelos ombros mais pra baixo, mas eu não chego lá ainda, dou a volta beijando a parte interna da sua coxa. Primeiro perto do joelho. E subindo. Subindo. Raspando os dentes de vez em quando. Estou muito perto agora, você arfa de expectativa, enquanto se agarra aos lençóis. E então, cheguei.

Tão quente, tão macia. Beijo delicadamente, minhas mãos estão ambas segurando suas coxas contra meu rosto. Você cruza as pernas, me prendendo na mais gostosa chave de perna que alguém poderia pensar. Faço com que minha língua fique o mais larga possível, e lambo toda a extensão, provando do seu sabor. Me concentro então na entrada, indo apenas as vezes até o clitóris, mas logo retornado. Seus gemidos me guiam, estou aprendendo como você gosta. Percebo que quanto estou no clitóris, você projeta o quadril contra meu rosto, e seu gemido fica mais agudo. Mas eu desço muito devagar até a entrada, te sentindo, e você aperta as pernas ainda mais, me fazendo sentir cada milímetro da maciez de seus lábios, tão deliciosa. Minha boca fica mais rápida, quero mais de você, mais do teu gosto, te dar mais prazer.

Introduzo um dedo, e nesse momento você agarra minha cabeça, os gemidos mais rápidos. Te saboreio cada vez mais, sinto seu prazer vindo em ondas, conforme o ritmo que você rebola. Até que explode, com um grito preso na garganta, e me recompensando com seu sabor, e se contraindo ao redor do meu dedo, em espasmos. Continuo te beijando aqui, quero provar tudo, cada gota.

Subo novamente, te beijando, até que nossos rostos se encontram. Você me beija, sentindo em mim o próprio gosto. As pernas se cruzam de novo, dessa vez em torno do meu quadril. Entro em você lentamente. Testas coladas. Olho no olho. Minhas mãos perdidas em seus cabelos. Quando enfim deixo meu peso inteiro repousar sobre o seu, você me abraça apertado, me fazendo sentir sua respiração em meu ouvido. Começo a me mover devagar, te sentindo, enquanto me vem a mente que de uma coisa eu tenho certeza: dentro do seu abraço, é onde quero estar.

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