Cintura - Pt.1

Depois de um tempo conversando com ele no Whatsapp, resolvemos nos encontrar pra tomar uma cerveja num pubzinho chique, discreto. Nos conhecemos pelo Tinder, ele disse que me deu like por causa da cintura (que modéstia a parte é realmente linda, bem fina, tem gente até que diz que tirei uma costela). Trocamos números, a conversa fluiu muito bem, e decidimos partir pro pessoal. Lugar combinado, acabei de chegar, ele está me esperando, de pé, na porta. Camisa 3/4 azul escura, calça jeans preta, sapato social. Mãos no bolso, mas não de forma tímida, pelo contrário. Me encara diretamente, de forma desconcertante. Ele está me despindo mentalmente, dá pra sentir, e eu reduzo o passo, quero que ele me veja mais, adoro ser desejada. Anda em minha direção, sorrindo, e chega perto de mim, perto DEMAIS. Sinto o cheiro do seu perfume discreto. Ele me olha fixamente, e põe as mãos na minha cintura, apertando levemente

-Uau, ainda mais bonita pessoalmente. Confesso que tava achando que era espartilho.

-Bonita eu ou só a cintura?

-O que, não confia no próprio taco?

Disse isso me puxando mais pra perto de sí, me fazendo senti-lo, sentir seu desejo. Aumenta levemente a pressão na minha cintura. Retribuo o abraço, gostei do jogo.

-Pelo visto não sou eu aqui que tenho um taco meu caro.

-Gosto de ver que estamos nos livrando das formalidade, mademoiselle. Iria comigo a um lugar mais reservado?

-Depende, quais seriam suas intenções?

Ele sobe uma das mãos pelas minhas costas, faz carinho por baixo do meu cabelo longo.

-As melhores possíveis, posso garantir.

-Que pena então. Queria conhecer seu pior lado.

-Bom, eu tenho um cinto aqui. Cintos sempre são úteis.

-Por exemplo...?

-Por exemplo para amarrar suas mãos.

-E por que você faria isso, permita-me perguntar?

-Pra que você não atrapalhe minhas más intenções.

-Que seriam...?

Sua mão se fechou atrás da minha cabeça, fazendo-a se inclinar para o lado. Roçou a barba de leve no meu pescoço, antes de falar baixinho, ao meu ouvido:

-Te fazer minha.

Apertou minha cintura mais forte, me puxou ainda mais contra sí. Respirou profundamente, apreciando meu cheiro. Me beijou de leve no pescoço e continuou:

-Te ter nua sob meu poder, apreciar cada detalhe seu. Te deitar no meu colo, com as mãos amarradas, e te castigar com tapas fortes, não porque você merece, mas simplesmente porque essa é a minha vontade.

Mordiscou de leve meu pescoço, me fazendo arrepiar inteira. Estou praticamente em transe, de olhos fechados, absorvendo e imaginando cada cena.

-Te sentar no meu colo, agarrado firme na sua cintura, e te fazer pular. Cada vez que você bater nas minhas coxas, sua bunda vai arder, mantendo viva a memória da surra. E vou morder seus seios, deixá-los marcados. Essa será a lembrança que você vai levar dessa noite, dor, obediência, e se você se comportar, se você merecer, eu te permito ter algum prazer.

Foi beijando meu pescoço, passando pela minha garganta, até chegar ao outro lado.

-Nosso carro chegou.

E saiu andando sem me esperar. “Se quiser, venha por si mesma”, foi o que ele disse com aquele gesto. Apressei o passo, ele estava ao lado do carro, uma mão na porta de trás, outra no bolso. Abriu a porta pra mim, depois se acomodou ao lado do motorista, que guiou em um silêncio sepulcral. Lutei contra minha respiração ofegante, e contra todos os alertas que soavam em minha cabeça por estar confiando em um quase desconhecido que disse com todas as letras que queria me surrar.

Chegamos. Ele agradeceu ao motorista e desceu simplesmente, sem me abrir a porta. Reconheci ali que ele me dava uma última chance de fugir se quisesse. Claro que não fiz isso, e desci em seguida. Chegamos na casa dele

Aqui sim, ele me deu a mão, e entramos juntos.

Abriu a porta, e me deu passagem. Me conduziu por um corredor até uma porta de aspecto comum, e me fez entrar.

Assim que entrei, vislumbrei um x de madeira no meio do quarto, equipado com correias de couro negro.

Ouço a porta sendo trancada atrás de mim.

Silêncio total.

Ouço meu próprio coração retumbando em meus ouvidos.

Percebo pela sombra ao meu lado sua aproximação.

O tilintar de uma fivela sendo aberta, seguida pelo deslizar do couro sobre o jeans

Repentinamente, sou imprensada com força contra a parede, de costas para ele.

Sinto sua boca em minha orelha.

Sinto seu peito contra minhas costas.

E sinto suas mãos, fortes, impiedosas, que tiveram destino certo.

Minha cintura.

Comentários

  1. Uau. Gostei muito. Você tem o dom de escrever e me fazer querer. Ja tive sessões mas nenhuma foi tão envolvente quanto seu conto. Parabéns!

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