Ângulos - Camila (Cap.16)

Tava entrando no carro quando senti meu celular vibrando na bolsa. Bati a porta e me apressei pra conferir, podia ser a chefe precisando de um último favor, e uma estagiária deve sempre estar pronta. Mas quando olhei a tela acesa, li de quem era a mensagem, e que era uma foto, qualquer pensamento sobre o trabalho foi varrido da minha mente.
Toquei na notificação, a conversa se abriu. A foto havia baixado automaticamente. Ela olhava diretamente pra câmera, sorrindo, com as duas mãos segurando “algo cilíndrico” abaixo do queixo, me impedindo de ver o que quer que fosse (como se eu não soubesse).
Outra foto chegou. Nessa, a cabeça rosa e inchada recebia um beijo, que ela dava de olhos bem abertos, me encarando através da fotografia. A mão esquerda dele repousava casualmente em seus cabelos.
“Onde você tá?”
A pergunta me pegou de surpresa, não sei porque, já deveria esperar por ela. Aquelas fotos eram um convite afinal de contas. Cabia a mim aceitar.
“Estacionamento do trabalho”
“Venha”
A seguir, uma nova foto, daquele caralho duro imprensado entre a coxa dele e o rosto dela, deitadinha, mandando um beijo e acenando pra câmera.
“Ela está esperando você, partiu dela a iniciativa”
“Chegando”
“Ligue a localização em tempo real”
Obedeci, joguei o celular com a tela ligada no banco ao meu lado, e saí depressa. A calça e a calcinha já me incomodavam. A cada quatro segundos olhava pro lado, esperando alguma novidade. Quando, parei num sinal, chega mais uma foto. Essa foi ela que tirou, de baixo pra cima, como se eu tivesse ali do lado dela, com aquele pau duro e cheio de veias na minha cara. Logo abaixo, um áudio:
-Eu sei que você já tá toda babada. Manda uma foto pra gente, vai...
Uma buzina atrás de mim me chamou a atenção pro sinal aberto. Botei o celular entre as pernas e acelerei. Chegou mais uma mensagem, e como o celular tava encostado no meu cuzinho, a vibração foi maravilhosa. Olhei pra baixo de novo e vi apenas um “?”. Estacionei rapidamente, e protegida pelo insulfilm, pude abrir o botão da calça e finalmente me...aaahhhhh...passei o dedo pra cima e pra baixo, olhando pro celular, querendo que, “digitando”, ISSO!!!
Vibrou de novo. Dessa vez eu tinha empurrado ainda mais pra baixo, a vibração me pegou de cheio, tive um espasmo maravilhoso.
“Cadê a foto?”
Liguei a luz interna do carro, e tirei uma selfie. Nela eu lambia a digital do indicador, ao mesmo tempo em que mostrava uma linha que o unia com o dedo médio, e que nada tinha a ver com saliva.
Não demorou muito, e ela mandou mais uma foto. Ela um super close no lábio dela, mostrando uma linha de baba, que iria até onde eu sabia bem.
“Se apresse”
Soube por instinto que essa mensagem era dele, e respondi do jeito certo:
“Sim, senhor”
Botei de volta o celular no mesmo lugar, e dirigi o mais depressa que pude, sempre olhando pra baixo, esperando mais alguma mensagem, ou foto, mas em vão, porque eu iria literalmente sentir qualquer novidade, não precisava ficar olhando. Até que senti, e dessa vez me pegou de surpresa. No sobressalto acabei afundando o pé no acelerador, mas por sorte não causei nenhum acidente.
De novo me aproveitei de um sinal pra olhar. Essa foto também foi ela que tirou. De lado, como se eu tivesse ali ajoelhada ao lado dela, e ela me oferecendo o pau enquanto cuidava das bolas, a língua bem esticada pra fora, lambendo. Respondi com "😍👅" e retomei a direção. Me dei conta que tinha deixado a mão no câmbio, e tava fazendo carinho nele. Ri de vergonha de mim mesma, e apertei as mãos no volante, esfregando as pernas uma na outra, o tecido da calça e da calcinha me aliviando um pouco, só um pouco. 
Virei na esquina do prédio deles, quando senti o celular mais uma vez. Estacionei antes de olhar. Agora não era foto, era um gif, e esse ele teve que filmar, porque ela estava de novo com as duas mãos ocupadas, e dessa vez sem esconder a cabeça, pelo contrário, deixou-a bem exposta, e lambia enquanto as mãos subiam e desciam. Se eu não me apressasse... 
Abotoei a calça correndo e desci do carro. Acenei rapidamente pra recepcionista, que me reconheceu e confirmou que eu estava autorizada a subir. Entrei no elevador e afundei o dedo no botão do sexto andar, o celular na outra mão. Que vibrou mais uma vez. 
Tomei o cuidado de ficar de costas pra câmera do elevador antes de desbloquear a tela. Era outro gif. Agora ela segurava o celular, e ele tava com uma das mãos fodendo a cabeça dela, e a outra no ar ao seu lado, fazendo cafuné onde eu já deveria estar. Ela olhava pra câmera, os olhos levemente avermelhados, a expressão risonha. A porta do elevador de abriu no andar correto. Saí quase sem ar, andando tão rápido quanto minhas pernas permitiam, a minha chave já na mão. Destranquei a porta, e não vi mais nada, no instante seguinte, uma boca macia e quente se apoderou da minha. 
E então eu senti. Senti ele batendo uma vez na minha bunda de cinto, senti as mãos dela nos meus cabelos, os seios dela tocando os meus, e a minha boca recebendo o líquido viscoso e levemente salgado que ela me oferecia. Aceitei de bom grado, beijando todo o rosto dela, que fez o mesmo comigo. Ele veio pra trás de mim, e eu fui feita de recheio por eles dois, que se beijavam de um lado e do outro do meu rosto, de olhos abertos, vendo minha reação. E nesse momento, bem nesse momento...
...meu celular toca. Olho pra tela, eu não tinha escolha, era obrigada a atender, mamãe odeia esperar. Respirei fundo, pra não falar com a voz ofegante, e atendi a ligação da "Dona Sandra".


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