Ângulos - Michelle (Cap.14)

-Eu ainda acho que a gente deveria ir lá...
Fala sério, de novo ele com esse papo. Tenho que me virar pra não deixar que ele estrague nosso aniversário. Estendo a mão pra coxa dele, faço um carinho na parte de dentro.
-Relaxa, quantas festas a gente já fez com eles? Vai ficar tudo bem. Até porque não tem nada que a gente possa fazer, ou você sabe alguma coisa sobre decoração? Porque eu não.
-Tem razão meu bem. Hoje é nosso dia, tenho que me desligar um pouco.
Pôs a mão sobre a minha, e afagou a si mesmo, um pouco mais pra cima.
-Inclusive, acabei de ter uma ideia do que podemos fazer ao longo da tarde...
Dei uma apertada ali, senti crescer. O vinho caro do almoço não ia atrapalhar em nada, ainda bem.
-Engraçado, acho que tivemos a mesma ideia que você, eu e “ele”
Sublinhei a última palavra com mais um apertão, minha outra mão fazendo carinho em mim mesma, na parte da coxa que o vestido não escondia. O carro parou num sinal, e a mão dele fez companhia à minha.
-Eu tô me sentindo especialmente criativo hoje, duvido que tivemos a MESMA ideia.
O sinal abriu, ele ligou a seta repentinamente, fez a curva à direita, quando o natural pra gente ir pra casa seria seguir em frente. O motorista atrás de nós buzinou forte, mas já estávamos longe.
-Pra onde tá me levando?
-Era pra eu te mostrar só quando tivesse tudo pronto, mas eu resolvi nos dar o presente hoje.
-Do que você tá falando?
-Calma, já estamos chegando.
Não percebi que ainda tava com a mão na perna dele, a calça social totalmente tufada, ele prontinho pra ação. Peguei na ponta e apertei bem forte.
-Vou ter que te torturar pra saber o que está acontecendo, é isso?
-Dependendo da tortura... Mas não precisa, chegamos.
Ele estacionou numa esquina, na frente de uma obra inacabada. Esticou a mão sobre mim, abriu o porta-luvas, pegou um molho de chaves. Me olhou, um sorrisão mal contido:
-E se nossa próxima festa fosse comemorando uma casa nova?
Falou aquilo e desceu do carro como quem tivesse acabado de me oferecer uma balinha. Deu a volta, abriu a porta pra mim, me estendeu a mão. Eu ainda tava em choque, não me mexi.
-Vamos, até dei folga pra todo mundo hoje, quero inaugurar a casa.
Estendi a mão e desci do carro. Ele fechou a porta e ligou o alarme.
-O que quer dizer com “inaugurar a casa”?
Ele tava um pouco atrás de mim, e chamou a mão na minha bunda com força, fiquei com medo de alguém ter visto e olhei pra todos os lados.
-Relaxa, aqui é bem residencial MESMO, não vai ter ninguém na rua a essa hora. E sobre o que eu quis dizer...
Me encoxou ali mesmo, apertando meu quadril contra si.
-Preciso dizer mais?
Estendeu a mão na minha frente com o molho de chaves, já segurando uma em específico.
-O portão e as portas são todas provisórias, apenas pra garantir a segurança dos materiais. Você que vai escolher todo o acabamento, por isso não pude deixar pra te mostrar só no final. Anda.
Terminou a frase me empurrando pra frente com a virilha. Fui até o portão, destranquei. Entramos.
Decidi que queria andar por fora primeiro, demos a volta na casa. Lá atrás, dois buracos no chão, um bem mais raso e menor que o outro.
-Você vive querendo dar esse passo, acho que eu agora me sinto pronto pra isso. Nossos filhos vão ficar uma graça brincando aí não vão?
Me virei felizona, corri e pulei pra ele, que me agarrou e girou comigo no colo, atracada nele pelas pernas. Enchi de beijos no rosto todo, fazendo questão de me esfregar como pude lá embaixo.
-Uau, alguém aqui pelo visto quer encomendar hoje ainda...
-Quero, quero sim, vem...
Puxei pelo cinto na direção da casa, ele apenas rindo. Quando chegamos numa porta lateral, ele me agarrou por trás e começou a dar mordidinhas no meu pescoço, a passar a mão em mim inteira, uma delícia, mas isso me impedia de achar a chave. Ele riu de mim, o hálito de vinho bem na minha orelha, e pegou o chaveiro. Contou as chaves, e pegou a certa.
Finalmente entramos, era ali a cozinha, a ilha no meio já tinha a pedra, uma enorme peça única de mármore negro. Ele me soltou, foi andando pra pedra, tirando o paletó no caminho. O usou pra espanar a poeira, e jogou pro meio do balcão. Virou pro lado, eu já estava ali pertinho. Me pegou pela cintura e me pôs sentada na pedra. Passei as pernas em torno dele, chamei bem juntinho de mim, puxando pela gravata.
Ele dobrou as pernas pra trás, uma de cada vez, tirando sapato e meia, após já ter tirado meu salto. Eu me encarreguei de tirar a gravata, e o cinto. Abri a calça, empurrei pra baixo. Ele passou as mãos por baixo das minhas coxas, pegou meu vestido e puxou. Me deixou totalmente nua, sentada no mármore. Jogou pra trás de mim, sobre seu paletó. Enfiei as mãos na cueca preta, e tirei dela o caralho duro. Massageei o saco com uma, e com a outra fiz uma punheta leve. As mãos dele entraram nos meus cabelos e ele me beijou, terno e carinhoso no começo, e foi subindo de intensidade até quase nos devorarmos. Mordeu meu queixo antes de perguntar:
-Como você quer?
Eu sabia o que responder, não havia outra resposta possível:
-Hoje tem que ser papai-e-mamãe, não acha?
Rimos juntos, ele fez o pau mexer na minha mão:
-Acho que ele concorda também.
-Então vem cá...
Engatinhei de costas na pedra, indo em direção às roupas, mas ele não foi junto comigo.
-Ainda falta um beijo...
Estendi a perna, puxei a cabeça dele pra mim, ele “caiu” de cara na minha buceta. Passeou com a bochecha nas minhas coxas, fazendo carinho com a barba curta, antes de chegar ali onde eu já tava toda babada. Ele enfiou dois dedos, mexeu um pouquinho e tirou. Mostrou pra mim, beijou os dedos, me provando. Isso sempre me deixa louca. Agarrei o cabelo dele e puxei de volta. Ele sorriu um pouco antes de beijar e lamber meu clitóris inchadinho. Meteu os dedos de novo, empurrou pra cima, eu que tava apoiada nos cotovelos assistindo caí no mármore, e se não bati a cabeça foi porque o paletó dele tava lá.
Minha respiração acelerada, meu corpo todo quente, o mármore não conseguia roubar meu calor rápido o bastante, eu tava suando, com o sangue à flor da pele, a língua dele escrevendo um oito em mim, os dedos forçando, até que ele subiu depressa, botou os dedos na minha boca, e com a outra mão bateu o caralho na minha bucetinha. Chupei aqueles dedos com meu gosto, beijei-lhe a mão toda, meu olhar no dele.
-Mete!
Ele desceu com tudo, metendo até o fim, abri a boca num gemido surdo. Passou uma mão por trás da minha cabeça, agarrando meu cabelo bem forte. A outra mão pôs entre nós, me apertou o bico duro do peito. Abri mais as pernas, oferecida.
-Me fode! Me fode seu puto!
E ele fodeu, meteu sem pena e sem descanso, com a testa colada na minha, tirava tudo e metia tudo, escorregando liso na minha buceta molhada, batendo bem lá no fundo.
-Mais...mais...mais...
Apertei as costas da camisa suada com força, cravando minhas unhas no algodão, ele saiu da minha boca e falou no meu ouvido:
-No nosso...quarto...eu mandei fazer...um porão...
Meteu ainda mais forte, querendo me afundar na pedra, meu corpo tomou consciência de cada detalhe ao meu redor, de onde exatamente a pedra me tocava, da textura da camisa dele esfregando em mim, daquela mão forte que não soltou meu cabelo um segundo sequer.
E eu gozei, gozei muito, cheguei a bater os calcanhares da pedra, apertei ainda mais suas costas, gemi como uma gatinha manhosa no seu ouvido:
-Me dá...me dá...quero tudo...me dá...o que é meu...
Ele mordeu meu pescoço, e parou de se mexer. Senti dentro de mim aquele caralho pulsando, os jatos de porra vindo em sucessão. Apertei, prolongando o prazer dele. Gemeu baixinho em meu ouvido quando fiz isso. Até que parou.
Rolou de cima de mim, ficou do meu lado. Nos demos as mãos. Ficamos recuperando o fôlego, senti pela mão o ritmo cardíaco dele, enquanto ouvia na minha cabeça o meu próprio, ambos voltando ao normal. Eu falei primeiro:
-Tenho que ver o resto da casa, mas pelo menos a cozinha tá aprovada, adorei essa ilha. Quero usar mais vezes.
-Vou transmitir seu entusiasmo pros arquitetos.
-São dois?
-Um casal, precisa ver que graça, jovens, mas recebi ótimas indicações e resolvi arriscar. Vou te apresentar essa semana.
- Eles tem facebook?
-Só ele. Adicionei essa semana. Isaque.

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