Hierarquia - Cap.2

No instante seguinte tava jogada no chão, com o rosto ardendo, a boca seca.
-Levanta!
Antes que eu tivesse tempo de agir por conta própria, ela me puxou pela trança de novo e me arrastou pra cama.  No caminho, percebi que havia deixado o chicote de tiras no chão, não o organizei como as demais coisas. E ela também percebeu.
-Além de mexer onde não deve, você agora é bagunceira também?
Tentei fazer um pedido de desculpas, mas tudo que saiu da minha boca amordaçada foram grunhidos ininteligíveis. Eal me empurrou na cama, me fazendo ficar com os seios pra baixo, e os pés ainda no chão, a bunda exposta. Vi sua mão ao meu lado  pegando uma das algemas. Segundos depois, eu estava com os braços presos às costas, o metal esquentando em meus pulsos por causa do meu calor.
-Quieta
Saiu do quarto.  Fiquei torcendo pra que ela tenha ido buscar água pra mim, minha garganta já tava ardendo, e senti meus lábios rachando também.  Ouvi a porta abrindo quando ela voltou. Deu a volta na cama, se deitou na minha frente. Baixou minha mordaça, e puxou a calcinha da minha boca.
E me beijou.  A boca dela tava cheia d’água, que passou pra minha. Não era muita, mas iria aliviar um pouco. Me aproveitei daquele beijo ao máximo, apesar da minha boca agora sensível estar rejeitando até o mais suave toque.  E acabou.
-Você tem muita sorte de eu ser boazinha com você.
Tapa.  De canto de olho a vi se levantar, e tornar a ficar atrás de mim. Uma textura agradável começou a passear pelo meu corpo, desde os pés.  Era o chicote de tiras. Apenas me instigando.
-Aaaahhhhhh!!
A primeira chicotada foi na panturrilha. Ajeitei a cabeça, e o lençól saiu da minha frente, consegui ficar olhando o espelho. Mas ela também percebeu. Pegou um travesseiro e jogou em cima da minha cabeça. Meu mundo agora era algodão, e o cheiro do perfume dela no meu pescoço se misturava com o do creme corporal que eu uso antes de dormir.
Outro estalo, outro grito de dor. Ela bateu na coxa agora. Cheguei a torcer o quadril, como que fugindo dela.  Respirei forte, várias vezes, me recuperando. E senti. Dois dedos dela me “inspecionando”. Sentindo minha umidade depois de todo aquele tratamento. Foram bem lá, certinho, e ela fez um movimento giratório.  Empurrou mais fundo, e pra baixo. Me larguei mais na cama, abrindo as pernas, quase caindo de joelhos. Quase.
Outra chicotada, agora na bunda, me tirou do transe. Me contraí de dor, e isso aumentou o prazer, prolongando  meu grito. Minha pulsação ecoou na minha cabeça, seguida de um formigamento delicioso se espalhando por todo o corpo, relaxante. Os dedos se ausentaram. E eu ouvi.
Baixinho, bem baixinho, mas estava lá. O zumbido do vibrador.  Mordi os lábios de expectativa. Senti o colchão afundando ao meu lado, e calculei que ela havia se sentado ali. A mão macia me fez carinho na bunda ardida, acordando as dores do chicote. Apertou de leve. Sumiu. Pouco depois, um dedinho molhado brincando no meu cuzinho, mas sem forçar. Apertei a bunda com ele ali, e levei mais um tapa. O vibrador tocou entre minhas coxas. Me deixei escorregar mais pra baixo ainda, buscando-o.
-Quieta! Volta pro lugar!
A ordem veio com vários tapinhas fracos na minha bunda. Juntei as pernas e me empurrei de volta pra cima da cama, e fiquei bem empinada.
-Você tem uma tarefa. Não deixe cair.
Não entendi a frase, até que senti o vibrador passando entre minhas coxas, ficando com a bola em cheio em cima do clitóris.Tive o impulso de abrir as  pernas, mas me controlei. Os “choquinhos” subindo no meu corpo eram deliciosamente torturantes, e eu os pontuei com gemidos baixinhos.
Aquele dedo molhado desceu do cuzinho, e voltou pra minha buceta. Entrou só um pouco, pra me provocar, sem chegar onde eu quero, onde eu preciso.A outra mão me fazia carinho na bunda. Sumiu. Outro tapa, bem forte.
-Aaaaaaiiiiii!!!
Trancei as pernas pra não deixar o vibrador cair, mas isso fez que eu o sentisse ainda mais. Umidade escorria na minha perna, e meu gemido simplesmente não parava mais, quase um lamento. Mas ainda assim, senti quando as duas mãos dela saíram de mim, e fiquei apreensiva. Esperei. Nada aconteceu.
Um som de tapa. Mas eu não senti nada. Balancei a cabeça, me livrando do travesseiro, e olhei pra trás. Ela tava acariciando a própria bochecha vermelha, e olhando pra cima. Pra ele.

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