Ângulos - Marcos (Cap.7)

-Até, Dani. Beijo, em todos os lábios. 

Desliguei depressa sem dar tempo pra que ela me provocasse mais. Lembrei da promessa que fiz e fiquei ligeiramente preocupado. Não havia pensado em nada especial, mas não quis ficar por baixo. Tinha que bolar alguma coisa.  

Meu trabalho aqui nessa cidade tinha terminado de manhã, mas meu chefe não me liberou, então fui dar uma volta pra relaxar um pouco e pensar no que fazer. Dirigi a esmo, sem pressa, e me lembrei de uma lojinha bem pequena, tímida mesmo, que havia visto. Se tinha um lugar onde eu ia encontrar algo, era lá.  

Entrei, um sino sobre a porta tocou. Era quase um corredor, de tão estreita, mas bem longa, e dava pra ver que se expandia mais à frente. As paredes, repletas de “brinquedos”. O sex-shop Doce Pimenta honrava seu nome na decoração, com várias pimentas de pelúcia penduradas no teto, e dando preferência sempre pra acessórios de um vermelho bem intenso. Parei pra ler o rótulo de um gel. 

-Olá, boa tarde. Posso ajudar? 

Era um homem ali dos seus trinta e tantos, sorriso tranquilo, fez a pergunta apertando uma mão com a outra à frente do peito, deixando a esquerda bem evidente, onde brilhava uma aliança.  

-Pelo visto o senhor é bastante assediado, já veio na defensiva. 

-Nada de senhor, para com isso. Mas sim, acontece bastante, então eu sempre tenho que deixar as coisas muito claras. Já sabe o que procura? 

-Bom, eu tô de viagem, volto pra casa amanhã, e quero levar um presentinho especial pra minha namorada, matar a saudade em alto estilo. 

-De alto estilo eu entendo! 

Uma voz de mulher falou lá atrás. Chegou até nós, me cumprimentou, as apresentações foram feitas. Eles me chamaram pro fundo da loja. 

-Então Marcos, pelo que eu entendi você não é daqui certo? Então não vai ter problema nenhum em falar, digamos, mais abertamente sobre vocês dois. Sabe como é, pra gente poder recomendar o presente adequado, queremos que você leve algo que faça os dois lembrarem da gente com muito carinho. 

Ela falou aquilo de uma maneira tão natural que eu simplesmente não tive como negar, e acabei contando bastante coisa, e terminei falando do presente que ela havia me prometido. 

-Ah... Um presente assim precisa de uma contraparte especial. Mas também precisa ser bem recebido, por assim dizer. Já fez antes? 

-Não, nunca fiz. Já lí sobre, já conversei sobre, mas nunca fiz.  

-Então hoje é seu dia de sorte. Jorge meu bem, pega lá o tablet. 

Os dois trocaram um sorrisinho antes dele se levantar.  

-A gente vai te recomendar uma coisa especial, e nada melhor do que uma aula visual de como usar. 

Ele voltou com o tablet, e se sentou do lado dela. Ela se aconchegou nele, deitando a cabeça no ombro. Ligou uma tv que só agora eu havia reparado que tava ali, e pouco depois a tela do tablet apareceu nela. Ele entrou no navegador, abriu um site, enquanto falava: 

-Sabe Marcos, além de ter essa loja aqui a gente também é exibicionista. Adoramos fazer performances, e nos mostrar pra gente do mundo inteiro. E eu acho que ver um casal de verdade fazendo, e não atores, vai te dar uma noção mais real da coisa toda. Qual brinquedinho você pensou? 

A última frase ele dirigiu pra esposa, que deu uma risadinha.  

-Bom, eles são iniciantes, então acho que a lupa torta vai ser perfeita. Eu adoro até hoje... 

Ela falou aquilo apertando a coxa dele, pelo visto eu também tinha topado com um casal de coroas fogosos. 

-Gente... ei...oi... eu tô aqui. 

Eles caíram na gargalhada, e enquanto ele rolava o (extenso) catálogo de vídeos deles procurando o certo, ela tratou de me tranquilizar, sem tirar os olhos da tv: 

-Calma, a gente já até fez ao vivo pra clientes, mas foi com expresso pedido deles, e pelo visto você não tá muito a fim. Passou um pouco amor, volta. Ali. 

Ele deu play, e largou o tablet de lado. Juntou-a pertinho de si, e ficou apertando a coxa dela. Mas não fizeram mais nada, ficaram de olhos grudados na tela. E eu também. 

Na cena, eles dois estavam usando máscaras que cobriam o rosto do nariz pra cima, e uma tintura vermelha dali pra baixo. Agarrados na cama, fazendo carinho um no outro, pareciam já cansados, como se tivessem gravado uma cena anterior. Ela cochichou no ouvido dele, que deu uma risadinha, e desceu beijando o corpo dela, de lado, até ficar preso entre suas pernas. Esperei ouvir gemidos escandalosos, mas não, era realmente um casal real, mostrando as coisas como são. Ela apenas respirava forte, olhando sempre pra câmera enquanto dava umas risadas, e ofegando mais alto quando ele apertava a bunda, ou arriscava um tapa. A outra mão dele tava fora de quadro, mas pelo cotovelo dava pra ver que estava, digamos, afiando a ferramenta. 

Ele empurrou as pernas dela pra cima e começou a lamber bem ali na divisão, investindo cada vez mais pra trás até que chegou no destino. Lambeu o cuzinho com vontade, usando bastante baba, e ela pelo visto tava adorando. Ele passou a morder as coxas dela de leve, enquanto ficava girando o nó do indicador na entradinha, forçando. 

-Adoro quando você faz isso 

Eu me assustei com a voz dela ao meu lado, tinha até esquecido deles ali. 

-Eu sei que você gosta. Marcos, fique de olho, aprenda cada detalhe. 

Voltei a olhar. Ela tinha na mão duas bisnagas. Ficou com uma, e lhe deu a outra. Ele girou o corpo em torno dela, ficando com o pau duro do lado do seu rosto, num 69 de lado. Ela encheu a boca na bisnaga, e começou a chupá-lo. Do meu lado, ele quebrou o silêncio: 

-Esse gel é gelado, você não faz ideia como é gostoso cara. Sabe halls preto? Não passa nem perto. 

Voltei mais uma vez ao filme. Ele estava botando só um pouco de gel na língua, e forçando no cuzinho dela, que começava a se abrir. 

-E esse aí esquenta, faz subir um calorão tão bom... 

-Eu até imagino como a senhora fez pra aliviar esse calor todo. 

-Senhora é a mãe! Mas sim, você entendeu certinho. 

Olhei pra tela de novo e ele tava com dois dedos dentro dela, girando pra um lado e outro, tirava, botava mais gel, enfiava de novo. E ela suada, chupando desesperada, lambendo a cabeça inchada, babando tudo, e ainda deu um jeito de massagear o saco com uma mão.  

Ele tirou os dedos, e puxou a cabeça dela pra longe de si pelos cabelos, mas de forma carinhosa. Saiu de quadro, e eu ouvi o som de uma gaveta sendo aberta. 

-Pega lá amor, um pra ele ver como é. 

Ele pausou o vídeo, foi numa prateleira próxima, e voltou de lá com uma embalagem. Jogou pra mim, e se sentou ao lado dela de novo. Conferi. Era uma argola, com um pescoço saindo, como uma lupa mesmo. Mas percebi que era articulada, daria pra ajustar a inclinação do “cabo da lupa”. Girando a embalagem, percebi instruções sobre como carregar a bateria... Olhei pra eles, que se limitaram a apontar pra tela, e dar play. 

Ele voltou pro quadro com um desses. Encaixou a argola no pau, deixando o cabo pra baixo. Catou de volta a bisnaga de gel na cama, e enfiou a ponta no cuzinho dela, dando uma espirrada. Ela se encolheu toda, suada, arfando. Ele pegou o outro gel, passou bastante no próprio pau. Se deitou atrás dela, e ajustou o pescoço do brinquedo, formando um ângulo que iria certinho na buceta, bem no clitóris. Tateou até encontrar um botão secreto, e o brinquedo começou a vibrar. Quando ele se aproximou, e o brinquedo encostou nela, foi como se tivesse levado um choque. Ele puxou-a de volta pra perto, e apertou bem forte o seio. Ela tava com o corpo tremendo por causa das sensações que o brinquedo causava, mas conseguiu ir com a mão lá embaixo, e guiar a penetração pra dentro de si. Forçou apenas a cabeça e parou. Relaxou, se aconchegando no travesseiro, e ficou ali, tendo tremeliques.  

Ele passou a mão em torno dela, e forçou o brinquedo contra o clitóris, enquanto continuava a entrar. Ela soltava suspiros de satisfação conforme os geis se anulavam. Os dois com os rostos colados, ela fazendo carinho na bochecha dele, com o corpo todo contraindo e relaxando. A cena escureceu. 

-Essa é a única parte triste desse vídeo - ela disse – a bateria da câmera acabou. A gente ainda brincou bastante depois disso. 

-Eu definitivamente vou levar isso. E os dois geis também. Vocês tem um marketing pra lá de convincente. 

Mais risadas. Fomos ao caixa, ele processou a compra enquanto ela pegava os geis. Me deram mais algumas dicas rápidas e ele ficou fechando o caixa e desligando tudo. Já iam fechar a loja, e eu podia muito bem imaginar o motivo.  

-Foi um prazer conhecer a história de vocês Marcos. 

-O prazer foi todo meu, “senhora”. 

-Já falei que senhora é a mãe. Meu nome é Carla. 

-Tá bom, até mais “dona” Carla. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Cintura – Pt.3

Cintura - Pt. 2

Cintura - Pt.1