Adestramento - Intensidade

...fantasias. Duas delas. Tiaras com orelhinhas e duas coleiras. Uma de gato, outra de cachorro. Tinham junto coleiras, a de cachorro com um pingente de ossinho, a de gato com uma patinha. Ela tirou o lenço do meu pescoço.

-Vamos, escolha.

-Você prefere alg...

Não terminei de falar. Levei outro tapa na cara, ainda mais forte.

-”Você”?

-Me desculpe. Minha senhora prefere alguma?

-Fique a vontade, como eu disse, a escolha é sua.

Ela falou aquilo com a voz totalmente calma e macia, nem parecia que eu tinha sido uma menina má segundos antes. E me fez mais carinho na bochecha com o polegar. Passei as mãos nas duas fantasias, sentindo a textura. Peguei as duas.

-Posso ver como eu fico?

-Claro que sim, temos todo o tempo do mundo.

Fiz menção de me levantar, mas ela não deixou:

-Onde pensa que vai? Tem espelho aqui ao lado. E seja como for, você deve se acostumar a andar de quatro.

Me arrumei ajoelhada ao seu lado. Pus a coleira de cachorro primeiro, e a tiara com as orelhas. Ambos pretos. Me olhei. Era bonito, mas se confundia com meu cabelo castanho-escuro. Além disso não gostei da forma como as orelhas ficavam, caídas. Troquei pela de gato, que era branca. Orelhinhas curtas e pontudas, com o interior rosa. A coleira também ficou perfeita. Arrumei o cabelo, me admirando, e vendo o olhar da Júlia também me avaliando. Virei o rosto pra um lado e pro outro, arrumando o cabelo. Resolvi fazer uma graça, e lambi as costas da mão, como se fosse uma patinha. Fazer aquilo me deixou ainda mais excitada, ver o quanto eu estava tão entregue àquela mulher intensa. E ela também gostou.

Ia fazer um comentário, mas antes disso ela fez “shhhhhh”

-Animais não falam. Se acostume a isso. Venha cá.

Me virei, ficando de joelhos ao seu lado. Ela puxou a mochila pro outro, e depois me deu atenção. Apoiei o queixo sobre as mãos, digo, patinhas cruzadas, em sua perna, me vendo pelo espelho do outro lado. Ela fez carinho bem entre as orelhas da tiara. Cumpri meu papel e fechei os olhos, curtindo o cafuné. Colocou o lenço perfumado sobre minhas mãos, onde fiquei cheirando, esfregando o focinho. Se abaixou, tateando a mochila, até tirar de lá uma guia. Prendeu na coleira.

-Desce, hora de passear.

Jogou o lenço dentro da mochila. Desci do seu colo, e ela se levantou. Comigo de quatro, ela pareceu ainda mais poderosa, mais dona de mim.

-Quero que você se olhe em todos os espelhos, se acostume a ser o que é.

E começou a andar, de salto, saia e nada mais, e eu apenas com minhas orelhinhas. Eu me olhava, tentando ficar mais sinuosa, mais felina, movimentos macios, sem peso. Senhora Júlia começou a andar mais depressa, testando meu aprendizado. Paramos de frente ao maior espelho do quarto, tomava a parede toda. Ela puxou a guia pra cima, me obrigou a ficar de joelhos. Esfreguei a bochecha em sua perna, olhando pra cima. Ganhei um cafuné por isso, fiquei tão feliz!

-Acho que por hoje você fez um bom avanço.

Tirou a guia de mim, dobrou na mão. Eu fiquei de quatro de novo. Forcei a cabeça entre suas pernas, como se quisesse passar por elas. E antes se sentir, eu ví pelo espelho a guia vindo na minha bunda.

-Que foi que eu disse agora a pouco?

Eu não tinha me esquecido, na verdade foi por isso mesmo que fiz, queria provocar. Lambi seus pés no salto alto, um pedido mudo de desculpas. Apanhei mais. Olhei pra cima, magoada, e me afastei dela.

-Olha só, uma gatinha arisca. Sei exatamente como tratar gatas assim.

Minha senhora jogou a guia longe.

-Nada de castigos agora, só carinho. Vem aqui vem!

Terminou a frase abrindo o zíper da saia. Desceu do salto, e baixou a saia, revelando que não usava calcinha também. Fui devagarzinho pra ela, fazendo charme, a bunda ainda ardendo.

-Isso, boa gatinha, vem brincar.

Ela se sentou no chão, com as pernas abertas. Apoiou um braço pra trás, passou a outra mão na parte de dentro da coxa.

-Vem minha gatinha, eu preciso de você.

Terminei de me aproximar. Agora eu estava entre seus joelhos, olhando direto em seus olhos pela primeira vez. Não consegui sustentar a intensidade daquele olhar, e olhei pra baixo, pra sua bucetinha que agora eu via com certeza, tava molhada também, molhada por minha causa.

Ela esticou a mão, e pegou no meu queixo. Me fez olhá-la de novo e...

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