Singular

Deitada aqui com você, nos seus braços, sobre seu peito, sentindo seu cheiro, curtindo seu afago. Eu quero, você quer, mas não fazemos nada a respeito, não ainda. Faz parte do jogo, deixar o tesão se acumular, nossos corpos ficando cada vez mais quentes. Sob mim, separado apenas pelo fino tecido de uma bermuda,você crescendo e enrijecendo. Uma das mãos me afagando a nuca por baixo dos cabelos. A outra, que estava parada nas minhas costas, começa a descer devagar. Ergo a cabeça e olho pra você, “aquele olhar” como você chama, te escalo, fico com a cabeça ao lado da sua. Agora podemos sussurar e gemer baixinho bem perto do ouvido um do outro.

Logo vem o ar quente no meu pescoço, fruto de um longo suspiro de satisfação que você deu. Sua mão chegou ao destino,  minha bunda, e faz carinho de leve. Raspo os dentes no seu pescoço, e consigo o que quero. A mão lá embaixo faz pressão, aperta forte. A outra agarra meu cabelo e me conduz a um beijo quente, molhado, esfomeado, perfeito.

Monto sobre você, ainda vestindo a camisola curtinha que você me deu, negra com um sutil bordado dourado no decote. Eu que me agarro a você agora, as unhas cravando em seus ombros, sincronizadas com as suas que agora estão ambas na minha bunda, nosso beijo indo numa crescente irresistível. Me esfrego em você, te sinto, te provoco. Você fala em meu ouvido, a voz rouca, a frase desconexa:

-Nua...meu rosto...gostosa!

Mordisco sua orelha, e me ergo, ficando sentada bem em cima. Mordo o lábio inferior, vem vulgar, bem puta, SUA puta. Rebolo enquanto tiro a camisola, você agoniado me apertando as coxas. Me ajoelho e vou caminhando assim, em sua direção, a língua que brigou com a minha agora a pouco quer provar meus outros lábios. Cheguei.

Agarro na cabeceira alta da cama, me esfrego em seu rosto, como você gosta. Você estica uma mão para  os meus seios de bicos duros, apoia a mão sobre o esquerdo, e deixa ali simplesmente. Sua concentração está em me arrancar gemidos com a língua úmida desenhando lentamente um oito ali. Preciso de mais, mais rápido, mais forte, mas você não faz. Pressiono ainda mais, me esfrego em você, te buscando. As duas mãos voltaram pra minha bunda, você se arrastou para frente, melhorando a posição, atingindo o local certo, do jeito certo. Isso, assim, mais, aperta mais, chupa mais, mais forte, mais rápido...

Derreto em seu rosto, ofegante, você respirando de satisfação, meu cheiro tomando conta do quarto e se impregnando em sua pele. Desço, te beijo, provando de mim em você. Desço mais, riscando suas costelas com as unhas. Desço mais, agarrando sua cueca e puxando fora, te deixo livre. Salivo como sempre ao vê-lo assim, mas você não permite, agarra meu cabelo de novo, me puxa pra cima do seu corpo ofegante, pega minha cintura, e gira sobre mim. É com a testa colada na minha, me olhando tão intensamente, que você se encaixa de uma vez, tirando de mim um gemido alto, fecho os olhos tamanho o prazer, ainda estou sensível e você sabe, terei outro já já. Me abraça, o peito colado ao meu, o movimento forte, vigoroso.  A respiração em meu pescoço, a boca em meu ouvido, me chamando de sua, é demais, estou de olhos fechados, mas vejo luzes enquanto minhas pernas tremem e eu me contraio em torno de você, gemendo e te mordendo, te marcando.

Finalmente abro os olhos. Encaro o espelho do quarto. Estou nua sim,  suada sim, e tive dois bons orgasmos. Mas não tem ninguém ao meu lado. Estou sozinha, com um massageador clitoriano ainda zumbindo ao meu lado. Queria tanto não precisar dele, queria tanto que você estivesse aqui! Com você, me sinto única.

Especial.

Singular.